quarta-feira, 30 de maio de 2007

As responsabilidades do Jornalismo Ambiental

Por Anne Rodriguez - Vale do Paraíba/SP

Foram dois fins de semana em São Paulo, em contato com vários jornalistas, estudantes e profissionais ligados ao Meio Ambiente. Aprendi muito, e pude ampliar ainda mais a minha incipiente consciência ambiental e a minha vontade de ser uma jornalista especializada nesse filão.


O que mais me chamou a atenção no curso de Jornalismo Ambiental da Escola de Comunicação do Comunique-se, do qual participei nesse fim de semana (26 e 27/05), em São Paulo, foi o grau de responsabilidade que o jornalista especializado em meio ambiente deve ter.

É óbvio que todas as outras especializações do jornalismo também devem se pautar na ética e na responsabilidade ao divulgarem as informações. Porém, no caso do jornalismo ambiental, se o repórter não tem certeza do que está falando ele pode causar pânico na sociedade.

“A responsabilidade é imprescindível”, frizou constantemente a jornalista Neuza Serra, ministrante do curso. Neuza destacou também a necessidade do jornalista conhecer as leis ambientais do país, assim como os projetos, conselhos e órgãos de meio ambiente nacionais. O jornalista ambiental tem o dever de conhecer as limitações da legislação ambiental ao propor uma pauta. E pra isso precisa manter contato, inclusive, com fontes especializadas.

Mais uma vez vislumbro a importância (para não dizer, urgência!) do jornalismo ambiental no contexto mundial atual, como ‘mediador’ das discussões tão necessárias sobre a problemática ambiental que afeta atualmente toda a Humanidade.

As discussões sobre a produção do etanol no Brasil, por exemplo, inclui aspectos ambientais de extrema importância para a qualidade de vida dos brasileiros. Afinal, por trás da promessa de crescimento econômico advindo do aumento da produção de cana-de-açúcar está a necessidade de mais terras para o plantio dessas canas e, conseqüentemente, surgem questionamentos de como e onde o Governo pretende investir nessa produção de álcool. “O papel da mídia é ficar no pé dessas discussões”, ressalta Neuza.

Ela acredita, no entanto, que dificilmente haverá no mercado editorias específicas em Meio Ambiente. Assim como defende o jornalista André Trigueiro (veja post anterior), “o tema estará em diferentes editorias”, preconiza Neuza. Mas, a jornalista, ao contrário de André, destaca os riscos dessa tendência, alegando que a atitude pode descaracterizar o perfil da editoria de Meio Ambiente, fazendo com que se perca “o enfoque ambiental”.

Nos dois fins de semana em que estive em São Paulo, pude ampliar, um pouco mais, a minha incipiente consciência ambiental. Consciência essa tão necessária para eu promover aos meus leitores a oportunidade deles vislumbrarem também o meio ambiente por um prisma totalmente novo.

Não percam os próximos posts…


Sugestação de leitura desta semana:
[Artigo] O caminho é outro - escrito por Danilo Pretti di Giorgi


A foto dessa publicação foi retirada do site www.portaldailha.com.br.


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Anne Rodriguez
Estudante do 4º ano de Jornalismo - FATEA - Lorena/SP
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quinta-feira, 24 de maio de 2007

As novas pautas da sustentabilidade

Por Anne Rodriguez - Vale do Paraíba/SP

“Meio Ambiente não é pauta especial, faz parte de todas as pautas”. Com essa frase o presidente do Instituto Envolverde, Adalberto Wodianer Marcondes abriu o 2º Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental, realizado no último dia 19, em São Paulo.


Nem a chuva fina que caía em São Paulo, no último sábado, inibiu a participação de cerca de 200 estudantes, jornalistas e profissionais da área de Meio Ambiente no 2º Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental. O evento, que teve início às 9h30, foi uma oportunidade de discutir, aprender e concluir que o Jornalismo Ambiental não deve, apenas, ser mais uma especialização da profissão.

O jornalista André Trigueiro é um dos que defende a não existência de editorias ambientais. “Se hoje a gente se vê na beira do precipício desse impasse civilizatório, na urgência da mudança, foi porque não aprendeu a enxergar sistemicamente e perceber que todas as editorias devem ser ambientais. Enquanto tivermos Ministro do Meio Ambiente, Secretários do Meio Ambiente e Jornalismo Ambiental, estaremos repetindo o velho paradigma da fragmentação da realidade, das ilhas dos saberes e conhecimentos que não se comunicam e não se interagem”.

Com o tema “As novas pautas da sustentabilidade”, o Fórum reuniu jornalistas e representantes que defendem, entre outras iniciativas, a inclusão da disciplina Jornalismo Ambiental nas grades curriculares dos cursos de jornalismo de todo o país. “Usar o jornalismo para enganjar corações requer uma visão diferente”, exclama a gerente de comunicação da Fundação SOS Mata Atlântica, Ana Lígia Scachetti.

A partir da faculdade, os futuros profissionais deveriam iniciar a prática de uma visão sistêmica e integrada sobre a problemática ambiental do mundo atual. “A mídia não pode tudo, mas pode muito”, ressalta André Trigueiro. O muito do qual o jornalista se refere é dispor de comunicadores com uma visão holística sobre o tema Meio Ambiente. Só então o jornalismo será capaz de vislumbrar as “novas pautas da sustentabilidade”.

O jornalista André Trigueiro (foto: Anne Rodriguez)

O 2º Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental foi muito além da discussão da nova (e ideal) grade curricular nos cursos de Jornalismo. Ali, pude ampliar, ainda mais, a minha visão sobre a jornalista que pretendo ser. Em especial, quero ressaltar a oportunidade de conhecer outros estudantes de jornalismo que dividem comigo a mesma paixão pelo Meio Ambiente; por conhecer o Heródoto Barbeiro (meu ícone no Radiojornalismo); e por conhecer e entrevistar, o André Trigueiro (minha referência na carreira que quero seguir).

E…
No próximo fim de semana, dias 26 e 27/05, volto à São Paulo para, desta vez, participar de um curso sobre Jornalismo Ambiental, na Escola de Comunicação do Comunique-se.

Até a próxima semana...

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Anne Rodriguez
Estudante do 4º ano de Jornalismo - FATEA - Lorena/SP
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quinta-feira, 17 de maio de 2007

2º Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental

Por Anne Rodriguez - Vale do Paraíba/SP

As novas pautas da sustentabilidade” é o tema do Fórum, que irá reunir cerca de 200 profissionais de comunicação para debater os novos temas relacionados à Sustentabilidade e à Responsabilidade Socioambiental Empresarial (RSE), no próximo sábado, em São Paulo.

O II Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental contará com diversos profissionais da área de comunicação e meio ambiente. Entre eles, estará o jornalista ambiental André Trigueiro, da Globo News, e autor dos livros Meio Ambiente no Século 21 e Mundo Sustentável. Também estará presente o jornalista Heródoto Barbeiro, da CBN, entre outros.

O evento terá quatro mesas redondas com os temas: A Questão Urbana; Meio Ambiente, Economia e Sustentabilidade; Impactos do Consumo no Meio Ambiente e As Novas Pautas e as Mídias Ambientais.

O II Fórum Paulista de Jornalismo Ambiental será um evento "Carbono Neutro". Todas as emissões de dióxido de carbono (CO2) necessárias para sua realização serão inventariadas e neutralizadas através do plantio de árvores certificado pela SOS Mata Atlântica, de acordo com a divulgação do newsletter O Jornalista.

Eu estarei lá participando do evento, neste sábado (19/5), em São Paulo. A ansiedade maior é para encontrar com o jornalista André Trigueiro, um dos autores sobre jornalismo ambiental que embasa a minha pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

No próximo post, divulgarei aqui as principais novidades sobre o Jornalismo Ambiental discutidas no Fórum.

Até lá…

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Anne Rodriguez
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terça-feira, 8 de maio de 2007

O que é Meio Ambiente?

O meio ambiente não é algo isolado, é parte constante de todos os processos da vida humana. Quando se introduz no dia-a-dia das pessoas a necessidade da preservação da natureza, devem ser oferecidas também informações que ampliem a visão equivocada de que meio ambiente é apenas fauna e flora.

De acordo com o jornalista André Trigueiro, “reduzir o meio ambiente à fauna e a flora é, definitivamente, um erro de grandes proporções”. (2005: 77).

Este é o ponto fundamental que irá nortear o trabalho diário do jornalista ambiental. Afinal, o jornalista que pretende abordar esse filão deverá, em primeiro lugar, ampliar a sua consciência ambiental.

O Meio Ambiente
O sentido original da expressão meio ambiente corresponde a um termo de ecologia.

Segundo o geógrafo francês Pierre George, o meio ambiente é, ao mesmo tempo, um meio e um sistema de relações. “A existência e a conservação de uma espécie encontram-se subordinadas a equilíbrios entre processos destruidores e processos regeneradores de seu meio”. (1973: 7).

A inter-relação entre os organismos vivos da Terra já era especulada ou conhecida desde a Antiguidade, porém, era também, muitas vezes, mal compreendida devido à falta de elementos teóricos e científicos.

Ainda há, a interpretação equivocada dos conceitos dessa relação dos organismos vivos ao meio vital. “Existem tantos universos dos sentidos quantas espécies vivas sobre a Terra e são os sentidos de uma espécie viva que delimitam o seu universo vital”. (GUÉRIN apud DUSSART, 1979: 3).

O universo visual dos animais não é o mesmo do homem, pois cada um tem a sua maneira de perceber o ambiente em que vive e apresenta limites distintos de sensibilidade a qualquer estímulo. Essa percepção demonstra o limitado conhecimento humano sobre o meio que o cerca. (cf. DUSSART, 1979: 2).

Ou seja,
Ampliar o conceito do que é meio ambiente é vislumbrar a inter-relação de todos os organismos vivos do planeta. O homem, enquanto animal racional, é o único ser vivo que têm a possibilidade de expandir a sua consciência sobre o meio que o cerca de forma a garantir a sobrevivência de todas as outras espécies.

Aos jornalistas que pretendem abordar esse filão, cabe a responsabilidade de transmitir as informações que vão auxiliar o público a ampliar a consciência ambiental.

E, aqui começa o meu compromisso com vocês.

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Referências Bibliográficas

CHARBONNEAU, J.-P. e CORAJOUD, M. e C. (et al.). Enciclopédia de Ecologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1979.

GEORGE, Pierre. O Meio Ambiente. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1973.

TRIGUEIRO, André. (org.). O Meio Ambiente no século 21. Campinas: Sextante, 2003.